26/06/2016

exploda meu cérebro com o tiro de sua porra

{{: HK 
às vezes, a poesia está dentro do buraco do tijolo, por trás do reboco. e aí...marretada vira rima.
um soco, uma porrada, a boca do estômago estourada e pronto... lá vem a poesia.
ferimento que precisa de ponto no pronto socorro. e ponto de exclamação, reticências, interrogação e virgula.
eu fico olhando o absurdo que dá ordem ao meu dia.
as dores mais comuns dos homens mais comuns, ditas num português errado e sem ter quem compreenda o coração latejado de vida.
uma atriz no palco balançando as tetas e ninando todas as suas dores, com rivotril de adrenalina.
um músico bêbado, triste, fazendo um chorinho pros copos vazios de lágrimas.
as florezinhas do jardim cuidadinho, velando os medinhos do proprietário de sua natureza organizadinha.
um padeiro olhando o pão que não cresceu. tão grandes e cotidianos são os olhares mergulhados em poesia..
poesia não tem avesso, nem dentro. está por aí...e tem a medida do coração das pessoas.
cercas elétricas, muros com pedaços de vidro, vidros blindados, berços, portas trancadas, nada segura a poesia e seu calibre intenso.
às vezes, a poesia estoura seus miolos e te dá pânico, arritmia.
ressurreição, não é só coisa de religioso não. nem milagre, nem macumbaria. é também, coisa de alma artista.
se você reparar bem...perigosamente poética é a vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

molhem o orquídea...