tenho andado magra, esgotada, com olheiras, hematomas e mordidas. tenho andado descabelada, sem fazer as unhas, sem fome, não sei o que tenho que fazer nos lugares onde tenho muita coisa por fazer.
tenho dormido pouco, tenho sido pouco interessada e meus olhos não se prendem no comum.
no peito bate um coração mendigo, esfarrapado e forte. um bruta-montes das noites de frio, com fome e viciado.
cheiro sexo e vontade de fazer sexo. minha pele é puríssima navalha.
e diante desse escombro pintado cuidadosamente pela paixão, as pessoas sobressaltam-se.
olham desconfiadas... maduras que são, julgam esse estado uma ofensa.
não há mais espaço para as grandes navegações num mundo de navegação virtual. afinal, todos já estão em suas seguras, limpas e organizadas ilhas no meio do nada.
não vou me defender, não vou provar nada...
não me importo de andar a deriva... que é meu centro.
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molhem o orquídea...