31/03/2014

{{ poemundo

meu coração acendeu suas lanternas, enxergo somente focos de iluminação

nenhuma luz banha as paredes desta caverna moderna
nenhuma claridade pode atravessar este blindex engordurado

o que fazer no escuro? deixar de ver 
com olhos para ver com os ouvidos e com a nuca 

a falta de luz causa desiquilíbrio corporal
a falta de luz causa requilíbrio corporal

você já tateou no escuro suas sombras? 

meus olhos ficam mais abertos no escuro. burros olhos que acreditam que ver é somente uma questão do fechado desespero.
meus olhos ficam mais abertos no escuro. meus olhos, hora ou outra, não se importam de não enxergar nada. eles gostam, ampliam-se, abrem as papoulas.

e quando, pela manhã, saio dois minutos para a claridade das sete da noite
depois de horas a fio sob a total escuridão branca do sol do meio dia

já é um coraçolho 
um ouvidin-dons
uma mãomãe
uma buceta-rinha-bemtevi
um cérebrochando flores do mal-bem me quer 
vísceras vi-vi-vi-vistas
que me compõe e orquestra

medo do escuro é igual claridade artificial.
não adianta mais ligar a tv, de agora em diante, ela só apresentará poemas
 




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