05/01/2015

{{: oração a manuel - para mimir por dentro as joaninhas

no amor nenhum abismo é decisivo

no amor o tempo na ampulheta é farelo de pele

no amor o silêncio é de comer

no amor um toque movimenta o outono

no amor as coisas ficam nuas, o amor ama poros

no amor a razão se dissolve
na garganta,
na água que escorre pela calçada, 
na cor que vai sumindo com a sujeira dos sapatos usados

o amor pinta os hematomas de lilás

no amor filhos e flores e florestas e bosques e uma rosa branca em cima da mesa

no amor as ruas são países e uma casa é o universo

no amor eu ando olhando pra baixo procurando algum inseto, grama engraçada, pedra polida no meio de pedras tortas. no amor meu coração se perde todos os dias em algum momento, como perco as chaves todos os dias. perdida de amor... sem precisar de chave nenhuma, como um inseto. (borboleta é inseto? ES-CA-RA-VE-LHO, não é poesia essa palavra?)

por amor com qualquer chuvisco eu broto

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molhem o orquídea...