16/09/2015

{{: todo instante leva um vácuo e um sorriso dentro

a borboleta
o casulo
a lesma
a folha comida
a casca caída da árvore na calçada
a sola do sapato empoeirada
a sarjeta seca
todas as ruas sem aquela rua
o esquecimento dos nomes
a lembrança confusa das fisionomias
a falta de fome
o amor e sua bobice
mais um dia depois de um milhão de ontens
a paixão presa no ralador da cozinha
o peito respirando atento
olhos estúpidos por toda parte
as formigas, as raízes do pantanal, os pombos gordos e os homens saídos no presente do passado de um instante atrás. todos saindo constantemente do passado
a fragilidade da vida
a bobagem da vida
a assombrosidade da vida
e o poema pra abrir um sorriso, independente de qualquer coisa

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molhem o orquídea...