levanto pela manhã e sou arrastada pela poesia até as letras
passo o café, com um monte sílabas, barulhos, pontos de interrogações mudos...atrás de mim e me olhando, impacientes
- posso tomar um café, caralho?
sento irritada na frente do papel e do computador e espero a coisa me coisar
ocorre uma violação do dia
dentro de mim abre-se o mundo particular esquisito e pertubador
saem de dentro das gavetas do quarto lagartos de renda
a geladeira abre-se: um icerberg de gliter vermelho no meio do ártico
o fogão acende um luar às oito da manhã
meus sapatos se misturam e brotam caminhos
as cadeiras começam a conversar sobre o pó de minha pele sobre elas
penso: mas gente...como faço com essa loucura toda?
o rádio liga e começa a tocar o barulho das abelhas trepando, escuto complacente a primavera
digo amém e rezo uma ave elaine
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molhem o orquídea...