em primeiro lugar, acho que nós, mulheres, deveríamos ampliar o conceito de mãe. mas, ampliar de verdade. existem mães que não pariram, e, no entanto, foram escolhidas por sobrinhos, primos, irmãos, mães, pais, tias, amigos, colegas de trabalho, que a designinaram para compartilhar e cuidar da saúde de seus espíritos e que inclusive, nem sempre são mulheres.
em segundo lugar, desculpe-me a franqueza, mas talvez o mito de que a mulher torna-se mais altruísta com a maternidade, pelo menos diante do que tenho vivido e visto em minhas experiências particulares, não passa disso, um mito. e aqui, que não soe como uma crítica. o que vejo são mulheres que dão a vida por seus filhos, sem pestanejar. mas, dizer que isso engloba que estas extrapolem o egoísmo e a mesquinharia que todos nós levamos no bolso, é exagerar. em muitos casos, inclusive, a mulher saí sim do seu umbigo e prega no umbigo de seu filho. é claro, é evidente, que isso é natural. e só faço essa colocação porque eu mesma já recebi conselhos "bondosos" que me orientavam a ser mãe e, com isso, ser uma pessoa melhor. no entanto, muitos desses conselhos vieram de mulheres, para as quais, a maternidade não as fez tão altruístas, como elas mesmas julgam.
terceiro lugar. mãe com preconceitos, é uma das coisas mais prejudiciais desse mundo.
por fim, maternidade não é sinônimo de feminino e felicidade. a mulher que não deseja ter filhos não está incompleta e tampouco infeliz. às vezes, um mundo repleto de mamadeiras, chupetas, côcos, insônia, preocupações, não preencherá de forma positiva a vida de alguém.
o motivo deste texto, é que em setembro faço 31 anos. ainda não decidi se quero ter filhos, por isso, venho pensando muito nisso e observando as mães em minha volta. e, caso decida parir, uma coisa me anima: já sei que a maternidade não é uma fantasia e que o bicho pega.