24/03/2014

{{:para uma poeta: dureza das nuvens?

guarde seus intestinos, pulmões e poemas.
agora é hora do café da manhã e o sol brilha pela janela! é inevitável a leveza.
mostre-me um pouco de suavidade,
porque beleza medida em toneladas, também sufoca, também angustia. também vira morro de lixo.
morro de rimas, entulho de metáforas, verdadeiras verdades vencidas, entrega amassada.

dê-me ar. dê me folego.
costure aberturas.
não quero saber segredos. quero só vento. 
não quero ver-te por dentro. quero ter quatro olhos, me ajude com a vida!

nós não somos o único assunto que interessa, 
uma hora a vida pede da gente que apenas sirvamos um café com bolacha.
que lavemos o cabelo de alguém.
que fiquemos calmos e vazios.
que aparemos os pelos.
isso tudo, sem grandes comoções,

porque a vida diluída nas coisas banais dos dias, 
já é assombrosa, querida poeta.
a vida não necessita da sua poesia,
quem precisa, é você.



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